O “Festival Revoga Já! #ForaRossieli” está programado para ocorrer neste sábado, 1º de fevereiro de 2025, em Belém, com uma programação diversificada que inicia às 6h e inclui rituais indígenas, rodas de conversa e apresentações musicais de artistas locais, até meia noite. O evento visa apoiar a ocupação da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) por povos indígenas que protestam contra a Lei 10.820/2024.
O festival deste sábado representa uma união entre arte e ativismo, destacando a importância da cultura na promoção de debates sociais e na defesa de direitos fundamentais. A participação de artistas e da comunidade reforça que a educação pública de qualidade e o respeito às especificidades culturais dos povos indígenas são causas que dizem respeito a toda a sociedade brasileira.
A ocupação da Seduc, iniciada em 14 de janeiro, reúne aproximadamente 300 indígenas de 22 etnias que protestam contra a Lei 10.820/2024. Eles denunciam que a nova legislação precariza a educação escolar indígena ao substituir o Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena (Somei), que oferece aulas presenciais, por um modelo de ensino a distância, considerado inadequado às realidades das comunidades indígenas.
A mobilização ganhou destaque nacional com o apoio de artistas renomados. Celebridades como Anitta, Dira Paes, Glória Pires, Antonio Calloni e DJ Alok utilizaram suas redes sociais para pedir a revogação da lei e manifestar solidariedade aos povos indígenas. A atriz paraense Dira Paes, por exemplo, destacou a importância de respeitar as diferenças culturais e estruturais de cada comunidade, enfatizando que “educação é um direito, não um favor”.
O “Festival Revoga Já! #ForaRossieli” é um convite para que todos se juntem a essa causa, fortalecendo a luta por uma educação inclusiva e pelo respeito às diversidades culturais que compõem o Brasil. Das 6h às 00h, a ação ocorrerá em frente à sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), na Avenida Augusto Montenegro.
A Lei 10.820/2024, sancionada em dezembro de 2024, coloca em risco a continuidade do ensino presencial em áreas remotas, propondo a substituição por educação a distância (EAD). Um vídeo na TV não substituirá nunca a troca de saberes e a vivência comunitária em sala de aula.
O Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena (Somei) é um pilar histórico de inclusão e protagonismo para comunidades que, por séculos, tiveram seus direitos negligenciados. Retirar esse suporte é retroceder décadas de luta por uma educação digna e adaptada às especificidades culturais dos povos indígenas.
Artistas confirmados no festival
Agô Nego, Almino do Carmo, Antônio Tongaree, Arth, Astrum Zion, Batalha da Resistência, Bendito Carimbó, Boi Vagalume da Marambaia, Brisa Flow, Bruna BG, Bruno Benitez, Carimbó Ygarapé, Cuité Marambaia, Felix Robatto, Flor de Mururé, Hidalgo Apoena (Banda The Rit), Jangada Encantada, Jogus Oliveira, Ju Abe, Kleyton Silva, Layse, Lo Ojuara, Lucas Castanha, Luis Girard, Mateus Moura, Mestre Osmarino, Moraes MV, Ode Lomi, Pelé do Manifesto, Pisada Cabôca, Rafael Garganta (Banda Macadabra), Raissa Coutinho (Banda Cout), Reiner, Ruth Clark, Ruthe Sant’Ana, Simone Viana, Toró Açú, Uirandê, Zé Diogo.
Programação do Festival
6h: Ritual Indígena
7h: Café da manhã
9h às 11h: Carimbó das Crianças
9h às 11h: Roda de Conversa – “Amazônia, despossessão e resistências” com Auricelia Arapiun e Ruth Almeida
11h às 13h: Roda de Conversa – “A política cultural na aceleração de direitos sociais”
Mediação: Lorena Saavedra
Participação: Aberta ao público
13h: Intervalo para almoço
14h às 00h: Apresentações musicais de artistas paraenses