Com um olhar voltado para a pluralidade amazônica, o espaço Na Figueredo, em Belém, se transforma em passarela cultural para o lançamento da segunda coleção de camisetas da marca Aracê.
O evento celebra a conexão entre moda autoral, música independente e representatividade. A nova coleção surge como continuidade e aprofundamento de um projeto que propõe vestir ideias e contar histórias por meio de criações visuais inspiradas nos elementos, conceitos da região.
A programação da noite é marcada por apresentações de artistas da cena autoral paraense, como Gigi Furtado & JP Pires, Renato Torres, Sonira Bandeira, Marcele Almeida e Sandrinha Eletrizante, que reforçam a proposta de uma moda que dialoga com a arte e a identidade local.
Na passarela, nomes que traduzem essa diversidade: o professor Rubem Guilherme, a escritora Célia Lemos, Jandira Cardoso, o indígena Cristian Arapiun, o artista visual Dannoelly Cardoso, e o músico e cantor Eduardo du Norte.
Para Adriana Silveira, uma das idealizadoras da Aracê, a relação com a música é essencial no processo criativo da marca. “A música autoral amazônica, sem dúvida, acaba servindo de inspiração pra gente. Tudo é arte. E quando a gente traz a proposta da criação da Aracê, temos uma outra linguagem artística que se mistura e se influencia. A liberdade da música autoral também nos inspira a criar com liberdade”, afirma.
A nova coleção nasce, também, de uma parceria com a loja Na Figueredo, que acolheu a proposta desde o início. “A parceria nasceu de uma conversa muito franca, muito aberta”, conta Adriana. “Procuramos o Na e a Clóris para conversar e eles foram muito acolhedores. O principal foi que acreditaram na proposta e nos deram liberdade.”
Com 35 anos de atuação no mercado paraense, a Na Figueredo tem se aberto para apoiar novas marcas e criadores da região. “O que buscamos é justamente isso: cocriar. Quando essas marcas chegam até nós, elas buscam essa troca, essa estrutura que podemos oferecer, esse diálogo entre ideias novas e experiência de mercado”, destaca Na Figueredo.
Empresário da área musical e da moda, ele vê no trabalho com pequenas marcas uma forma de fortalecer negócios criativos na Amazônia. “O grande desafio é o mercado, onde grandes marcas dominam. Para quem está começando — ou até pra quem já está há algum tempo —, conquistar espaço é uma tarefa árdua. E estar junto pode fazer a diferença.”
Zélio Bezerra, designer responsável pelas criações visuais da Aracê, define a proposta da nova coleção como uma fusão entre passado e futuro. “A nossa ideia é fazer um mix de ancestralidade com inovação. Vamos tratar de temas já vistos, mas com a nossa própria visão de mundo. A coleção vem nesse sentido: olhar para o que nos forma e reinterpretar com liberdade e afeto.”
O lançamento da nova coleção da Aracê reforça o papel da moda como linguagem artística e instrumento de afirmação cultural. O evento propõe um encontro entre gerações, territórios e expressões da Amazônia viva e em movimento.
Serviço
Lançamento Aracê, 2ª coleção. Nesta terça-feira, 3 de junho, às 19h, no Espaço Na Figueredo – Av. Gentil Bittencourt, 449. Mais informações: @arace_amazonia