Ainda sem data para estrear (Foto/Print/Making of)

Making of de Flashdance TF revela o cinema como processo de pertencimento

Caiu na rede deixando a gente com vontade imensa de ver o filme na tela. Ainda sem data para estrear,  seu making of traz fragmentos de uma experiência em construção, entre ensaios, bastidores e relatos de quem está dentro da história — não só no sentido ficcional.

Flashdance TF ainda é processo, mas já é gesto político. Filmado na Terra Firme, bairro periférico de Belém do Pará marcado por uma chacina que atravessou o tecido social local, o projeto não busca reconstituir o crime. A proposta é revelar o depois. O silêncio. A tentativa de seguir adiante.

O making of se apoia nos bastidores da ficção para escancarar algo maior: o deslocamento que ocorre quando o cinema deixa de observar a periferia de fora para ser feito por ela. A equipe técnica, majoritariamente local. O elenco, em sua maioria, composto por não-atores — moradores do próprio bairro. Há ali uma escolha consciente de tornar o set um território de escuta, presença e formação.

Filmagens em Belém. Esquipe quase 100% paraense. (Foto/Print?making Of)

Os relatos são diretos, sem ensaio: muitos atuam pela primeira vez, mas carregam consigo a familiaridade com a história que se propõe contar. Falam da surpresa, do medo, da descoberta, da identificação com os personagens. A interpretação, nesse contexto, deixa de ser performance e se torna extensão da vivência.

Há também um cuidado com a estética. A caracterização dos personagens rompe com estereótipos: nada de apagamento, nada de simplificações visuais. A beleza cotidiana é construída com pesquisa, foco e intenção.

O filme — ainda por vir — promete transitar entre o real e o simbólico, entre o trauma coletivo e as formas de reorganização afetiva. Mas o making of já adianta o que há de mais importante: o processo como prática de autonomia.

A câmera se desloca. A narrativa muda de eixo. E, nesse movimento, o cinema se abre para o pertencimento, para a troca e para a construção de novos imaginários sobre a cidade, a Amazônia urbana e o fazer audiovisual.

O projeto é o primeiro longa de ficção da produtora paraense Floresta Urbana e foi o único do Pará contemplado em 2022 no edital nacional Novos Realizadores. A direção, argumento e roteiro original são assinados por  Ismael Machado. Ficaram curiosos? Então rola pra baixo e veja o making of completo.

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