Façam suas apostas, mesmo sabendo que, independente do resultado, o cinema brasileiro já explode como vencedor nas ruas do país. O Carnaval toma conta do Brasil reverberando o que Ainda estou Aqui denuncia. Ditadura Nunca Mais. Em Los Angeles, o tapete vermelho já está posto e o domingo promete fortes emoções. O certo é que estamos todos mais foliões e cinematográficos.
Neste 02 de março, o cinema nacional desfila mais uma vez pelo tapete vermelho em direção à cerimônia da 97a edição do Oscar, no Dolby Theatre, em Los Angeles. A partir das 21h, horário de Brasília, iniciam as transmissões via TVs e rádios brasileiras.
“Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, é destaque com três indicações: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres. Ambientado durante a ditadura militar brasileira, o filme narra a história de Eunice Paiva, que busca justiça após o desaparecimento de seu marido pelo regime.
A atuação de Fernanda Torres tem sido amplamente elogiada e a imprensa internacional destaca o impacto do filme. A atriz compartilha por aí suas expectativas, sempre forma muito tranquila e apaixonada: “Independentemente do resultado, é uma honra representar nossa história e cultura em um palco tão grandioso.”
O The New York Times elogiou a profundidade da narrativa e a performance de Torres, enquanto a Associated Press ressaltou a importância do filme em revisitar um período crucial da história brasileira.
Alguns críticos apontam que o filme tem potencial para repetir o feito de Parasita, que surpreendeu ao vencer o Oscar de Melhor Filme, em 2020. Outros acreditam que dificilmente isso ocorrerá novamente tão cedo e que foi muito raro. O que é mais certo, o que todos acreditam ser possível, é que a estatueta de Melhor Filme Internacional venha pra casa.

Não importa. Como disse no meu Instagram, o cinema brasileiro em clima de Copa do Mundo! Sim, e daquelas em que a gente discute e aposta junto, acompanhando cada lance com entusiasmo. Entrei na onda e, confesso, há tempos o Oscar não despertava tanto meu interesse.
“Ainda Estou Aqui” cumpre o importante papel do cinema, de reavivar a memória, reparar injustiças e trazer discussões necessárias e atuais, por meio da arte, uma ferramenta essencial para compreender e refletir sobre nossa própria história.
Por toda a repercussão que estamos vendo, esse filme, pra mim, já sai vitorioso desta 97a edição do Oscar, mesmo que não traga nenhuma estatueta. Mas vamos combinar que a obra merece e trazer qualquer um dos prêmios seria incrível.
O maior espetáculo da terra e a sétima arte até disputariam atenções não fossem culturas já tão íntimas uma da outra, basta falar de Orfeu Negro (1959), vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e Ó Pai, Ó (2007), que não foi indicado ao Oscar, mas também retratou a vida no Pelourinho, durante o carnaval.
“Ainda Estou Aqui” não é uma história de alusão a maior festa da cultura popular brasileira. Mostra um lado sombrio do nosso país. Independentemente das estatuetas, o Brasil é vitorioso.
O filme de Walter Salles, roteirizado a partir do livro homônimo de marcelo Rubens Paiva, está dizendo ao mundo, por nós: Ditadura Nunca Mais. E desta vez, sem anistia.