Não acompanhou e tá por fora? A gente fez um resumo aqui pra você. Os desfiles de Carnaval de São Paulo, que iniciaram na sexta-feira, encerram já no inicio da manhã deste domingo, no Sambódromo do Anhembi, inaugurado em 1991 e projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Foram dois dias de desfile das escolas de samba do Grupo Especial.
A tradicional Vai-Vai encerrou a segunda noite com uma homenagem ao dramaturgo Zé Celso Martinez, falecido em 2023. Com o samba-enredo “O xamã devorado y a deglutição bacante de quem ousou sonhar desordem”, a escola celebrou a trajetória revolucionária de Zé Celso, ressaltando sua influência no teatro brasileiro e sua ousadia em desafiar convenções.
O desfile teve início já às 5h já deste domingo, contando com a participação de personalidades como o ator Alexandre Borges, que destacou a importância de Zé Celso para a cultura brasileira e sua ligação com o bairro do Bixiga, onde a escola está situada.
A apresentação trouxe elementos cênicos e alegorias que refletiram a estética antropofágica e orgiástica característica das obras do dramaturgo, proporcionando ao público uma experiência sensorial intensa e reafirmando o legado inovador de Zé Celso no teatro nacional

Cazuza e a luta contra o HIV despontaram na avenida
A Camisa Verde e Branco emocionou o público ao homenagear o cantor Cazuza, trazendo referências à sua carreira e luta contra o HIV. O desfile contou com a presença de Lucinha Araújo, mãe do cantor, que desfilou em um dos carros alegóricos, reforçando a importância de sua obra e sua luta contra o preconceito.
Outro destaque foi a participação do ator Daniel de Oliveira, que interpretou Cazuza no filme “Cazuza: O Tempo Não Para” (2004), revivendo o cantor na avenida após 21 anos.
O samba-enredo, de autoria de Silas Augusto, Claudio Russo, Rafa do Cavaco, Turko, Zé Paulo Sierra, Fábio Souza, Luis Jorge, Dr. Élio e Bruno Giannelli, fez referência a diversos sucessos de Cazuza, como “Todo amor que houver nessa vida”, “Bete Balanço”, “Exagerado”, “Brasil” e “Faz parte do meu show”.
As baianas desfilaram vestidas de branco com fitas vermelhas, símbolo mundial da luta contra a Aids, reforçando o compromisso da escola com a causa. A apresentação celebrou a irreverência e a poesia do intérprete de “Exagerado”, relembrando sucessos que marcaram gerações.

Outras agremiações também brilharam na avenida
A Dragões da Real apresentou o enredo “A vida é um sonho pintado em aquarela”, inspirado na música “Aquarela” de Toquinho, abordando de forma lúdica o ciclo da vida. Sob a liderança do carnavalesco Jorge Freitas, a escola propôs uma viagem pelo ciclo da vida, desde a infância até a maturidade, utilizando elementos visuais que remetiam às cores e formas descritas na canção.
O desfile foi marcado por alegorias e fantasias que evocavam a simplicidade e a beleza de um desenho infantil, trazendo à avenida uma atmosfera de nostalgia e encantamento. A apresentação destacou-se pela criatividade e pela capacidade de transformar versos musicais em imagens cativantes, reafirmando a proposta da escola de celebrar a vida através da arte.
Já a Mancha Verde destacou a história dos jogos na humanidade, enquanto a Rosas de Ouro trouxe uma reflexão sobre a importância das religiões de matriz africana. A escola explorou a devoção a Iemanjá, apresentando um carro abre-alas imponente que representava a rainha do mar, com esculturas de peixes e efeitos especiais que simulavam bolhas, criando uma atmosfera marítima envolvente.
A proposta foi evidenciar como a fé e as festas populares se entrelaçam na Bahia, mostrando a riqueza das tradições afro-brasileiras e a importância das religiões de matriz africana na formação cultural do país. A apresentação foi marcada por cantos da comunidade, que transformaram o sambódromo em um pedaço da Bahia, ecoando a conexão entre o sagrado e o profano na cultura baiana.
Além dessas escolas, também desfilaram em São Paulo, pelo grupo especial, na sexta-feira, 28, Colorado do Brás (“Afoxé Filhos de Gandhy no ritmo da fé”), Barroca Zona Sul (“Os nove oruns de Iansã”), Acadêmicos do Tatuapé (“O Canto do Sabiá: Uma Homenagem a João Nogueira”) e Rosas de Ouro (“Patuás: A Proteção Mística de um Povo”).
No sábado, 1º de março, foi a vez da Águia de Ouro (“Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”), Império de Casa Verde (“O Império celebra a cultura nordestina: do sertão ao mar”), Mocidade Alegre (“O Encanto das Águas e a Magia dos Igarapés”), Gaviões da Fiel (“A Fiel Torcida canta a resistência indígena”), Acadêmicos do Tucuruvi (“A Arte de Rua e o Movimento Hip Hop”) e Estrela do Terceiro Milênio (“O Samba e a Literatura de Cordel”).
Agora é aguardar o resultado! Veja como foi o desfile da Verde e Branco, que homenageia Cazuza!