A Galeria de Arte Direitos Humanos, em Quatipuru, abre suas portas para uma exposição coletiva que reúne artistas paraenses em defesa da educação, cultura e arte. A mostra surge como um ato de resistência e alerta diante das recentes ameaças às conquistas democráticas no estado do Pará.
“Nossa arte é nossa voz, e ela não será silenciada”, afirma Lúcia Gomes, curadora da exposição. Para ela, o espaço da galeria se transforma em um palco de resistência onde cores, formas e texturas dialogam diretamente com as questões urgentes da sociedade.
No centro da manifestação está o protesto contra a Lei 10.820/24, que, segundo os organizadores, desmonta estruturas essenciais à formação e pensamento crítico da população ao retirar direitos educacionais de indígenas e professores da rede estadual de ensino, ameaçar o funcionamento de instituições como a Funtelpa e a Fundação Cultural do Pará.
Ao todo 19 artistas paraenses participam, entre eles Bárbara Freire, Bruna Soares, Chico Ribeiro, Cláudia Leão, Gaby Borges e Jair Tagore. As obras apresentam diferentes linguagens artísticas, mas todas convergem em um mesmo propósito: sensibilizar a população sobre a importância da educação pública, gratuita e de qualidade, e mobilizar a sociedade contra políticas que colocam em risco o acesso ao ensino, à cultura e à arte.
“É uma oportunidade para o público compreender que a arte não é só estética, mas também política. Ela sensibiliza, provoca e questiona. E, neste caso, também denuncia”, ressalta a artista Bruna Soares, uma das participantes da mostra.
O ponto alto da exposição é um grande painel coletivo, composto por obras dos artistas participantes, que representam o clamor por justiça social e a defesa das políticas públicas no estado. “A arte é um grito silencioso que atinge o coração. Ela pode despertar nas pessoas a urgência de lutar por um mundo mais justo e democrático”, afirma a curadora.
A exposição estará aberta ao público até o final de fevereiro, com entrada gratuita. Uma programação paralela com debates e oficinas será realizada para aprofundar as discussões em torno dos temas abordados pelas obras.
“A democracia se constrói coletivamente, e a arte é parte fundamental desse processo. Nossa esperança é que, ao entrar na galeria, as pessoas saiam mais conscientes do papel que podem desempenhar na defesa desses direitos”, conclui Lúcia Gomes.
Serviço
Exposição coletiva Educação, Cultura e Arte!
De 22 de janeiro a 22 de março de 2025
Galeria de Arte Direitos Humanos
Rua Nossa Senhora de Nazaré, 365. Centro.
Quatipuru- PA
Visitação diária, de 8-13h e 15-19h.
Entrada franca