A JLeiva Cultura & Esporte, em parceria com o Instituto Datafolha, realizou a maior pesquisa já conduzida sobre os hábitos culturais dos brasileiros nas capitais estaduais e no Distrito Federal. O resultado da pesquisa está sendo apresentado em algumas capitais e entre elas Belém, que recebe o evento no próximo dia 11 de fevereiro no Sesc Ver-o-Peso, das 8h às 13h, gratuitamente, mediante inscrição para recebimento de certificados. O evento contará com duas mesas-redondas que abordarão temas centrais para o desenvolvimento cultural na capital do Pará.
Direcionado a diversos segmentos interessados no desenvolvimento cultural das capitais brasileiras, o evento vai reunir gestores e produtores culturais, além de artistas, pesquisadores e estudiosos da cultura, e trará dados e estatísticas importantes para elaboração e implementação de projetos, comunicação e gestão de políticas culturais, buscando os insights da pesquisa para desenvolver iniciativas que promovam o acesso e a inclusão cultural.
Realizada em 2024, a pesquisa “Cultura nas Capitais” é o maior estudo já conduzido sobre os hábitos culturais no Brasil, abrangendo as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal, com um total de 19.500 entrevistas. Em Belém, foram entrevistadas 600 pessoas entre fevereiro e março de 2024. O estudo oferece um panorama detalhado sobre o consumo e a participação da população em atividades culturais.
João Leiva, diretor da JLeiva Cultura & Esporte, destaca a importância da pesquisa. “A área cultural no país é muito carente de dados. Isso vale para a produção, mas é ainda mais crítico quando olhamos para o público, para a população, para as pessoas que poderiam se beneficiar de múltiplas formas da possibilidade de assistir ou de praticar uma atividade cultural.”
Na primeira o tema “Acesso à Cultura nas Capitais: Desigualdade e Diversidade” focará nas políticas públicas e iniciativas que buscam ampliar o acesso à cultura, enfrentando as desigualdades e valorizando a diversidade cultural presente nas capitais brasileiras. Participam Úrsula Vidal, Secretária de Cultura do Pará; Cilene Sabino, Secretária Municipal de Cultura e Turismo de Belém; e Carol Abreu, Gerente de Cultura do SESC.
Na segunda mesa serão debatidos os “Hábitos Culturais em Belém: Música, Espaços e Eventos”, que movimentam a cena local, com participação de Renée Chalu, idealizadora do Festival Se Rasgum; Luciana Medeiros, do portal e agência Holofote Virtual Comunicação Arte Mídia, e Marcel Arêde, produtor e gestor cultural da Ampli Criativa.
Pesquisa revela desigualdades no acesso à cultura
- Em São Paulo. Foto: Divulgação
O estudo, intitulado “Cultura nas Capitais”, entrevistou 19.500 pessoas de todas as 26 capitais e Distrito Federal, entre 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024, abrangendo um universo de 37,5 milhões de habitantes com 16 anos ou mais, segundo o Censo 2022 do IBGE.
As entrevistas presenciais foram realizadas em pontos de fluxo populacional, garantindo a coleta de dados junto a públicos que dificilmente respondem a pesquisas domiciliares, como moradores de edifícios de alta renda, favelas e áreas com altos índices de violência. No total, 1.930 pontos de fluxo foram selecionados, distribuídos entre 40 e 300 por capital, contemplando regiões com diferentes características socioeconômicas.
Os entrevistados responderam a até 61 perguntas, além de questões socioeconômicas, como escolaridade e cor da pele. As entrevistas tiveram duração média de 26 minutos e foram aplicadas via tablets, permitindo a validação dos dados em tempo real.
A seleção dos participantes foi feita em duas etapas: o Datafolha sorteou os pontos de fluxo e, posteriormente, os pesquisadores selecionaram aleatoriamente os entrevistados, seguindo cotas de sexo e idade para garantir a representação proporcional ao Censo 2022.
Outro dado importante de se observar é que menos da metade dos moradores das capitais frequenta cinemas, enquanto o acesso a jogos eletrônicos é duas vezes maior do que a bibliotecas. Mais de um terço dos entrevistados nunca visitou um museu, e dois em cada cinco jamais assistiram a uma peça teatral. O estudo evidencia a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão cultural.
De acordo com João Leiva, diretor da JLeiva Cultura & Esporte, a falta de dados detalhados sobre a cultura no Brasil compromete a formulação de estratégias mais eficientes. “A área cultural no país é muito carente de dados. Isso vale para a produção, mas é ainda mais crítico quando olhamos para o público, para a população, para as pessoas que poderiam se beneficiar de múltiplas formas da possibilidade de assistir ou de praticar uma atividade cultural.”
Os dados mostram que o consumo de atividades culturais caiu entre 2017 e 2024, especialmente devido à pandemia de COVID-19, que reduziu a frequência a eventos presenciais. No entanto, atividades domésticas, como leitura de livros e jogos eletrônicos, cresceram no período.
- O evento na capital paulista . Foto: Divulgação
Impacto e aplicações
Os dados obtidos são essenciais para orientar políticas públicas e iniciativas culturais. Segundo João Leiva, a pesquisa pode ajudar no desenvolvimento de ações que ampliem o acesso da população às atividades culturais e subsidiar estudos acadêmicos e pesquisas focadas na área cultural.
“Temos pouca informação sobre o perfil de quem acessa e de quem não acessa a maioria das atividades culturais, o que certamente contribui para uma maior ineficiência das políticas públicas. A pesquisa permite uma série de cruzamentos entre as variáveis sociodemográficas, possibilitando análises sobre gênero, idade, escolaridade e outros fatores.”
A pesquisa “Cultura nas Capitais” já está disponível online e pode ser acessada pelo site oficial: www.culturanascapitais.com.br.
PROGRAMAÇÃO
08h30 às 09h00: Inscrição e café de boas-vindas.
09h00 às 09h10: Abertura oficial do evento.
09h10 às 10h45:
Mesa 1: “Acesso à Cultura nas Capitais: Desigualdade e Diversidade”
Úrsula Vidal (Secretária de Cultura do Pará)
Gabriela Feitosa (Casa da Cultura de Canaã dos Carajás)
Carol Abreu (Gerente de Cultura do SESC)
10h45 às 11h00: Intervalo para café.
11h00 às 12h45:
Mesa 2: “Hábitos Culturais em Belém: Música, Espaços e Eventos”
Renée Chalu (Idealizadora do Festival Se Rasgum)
Luciana Medeiros (Portal e Agência Holofote Virtual Comunicação Arte Mídia)
Marcel Arêde (Produtor Cultural)
Inscrições
O evento é gratuito, mas as vagas são limitadas. Os interessados devem realizar inscrição antecipadamente pelo site oficial do projeto: www.agenciagalo.com/arquivo/cultura_capitais/