Foto: Amarilis Marisa - cena da personagem Mayara no filme Salinas.

Ainda sem data de estreia, curta paraense “Salinas” destaca infância, gênero e verão amazônico

O litoral paraense é o cenário para uma história que entrelaça infância, descobertas e reflexões de gênero no curta-metragem de ficção Salinas, dirigido por Lúcia Tupiassú.

Gravado em Salinas e Belém com equipe inteiramente paraense, filme dirigido por Lúcia Tupiassú traz reflexão sobre desigualdade de gênero a partir da experiência de uma menina que sonha empinar rabiola.

Com cerca de 15 minutos de duração, o filme acompanha a pequena Mayara durante as férias de julho na praia, quando, impedida pelo pai de empinar rabiola com os irmãos, inicia uma jornada silenciosa e corajosa para reafirmar seu direito de brincar e sonhar livremente.

O curta é inspirado no conto Rabiolas, da escritora Teresa Dantas, publicado na coletânea Trama das Águas (Monomito Editorial, 2021), e adaptado para o cinema pela própria autora em parceria com a diretora.

Foto Amarilis Marisa – Helena Barros, Nanny Moraes, Bruno Carrera e Kalleu Ripardo em cena.

Segundo Lúcia, a história a comoveu desde a primeira leitura: “A história trata, com sensibilidade e sutileza, do momento em que uma menina percebe que recebe tratamento diferente de seus irmãos apenas por ser menina. E que é preciso coragem para ir em busca do que se quer”.

A ambientação nas praias de Salinas, no nordeste do Pará, reforça o vínculo com o território amazônico e contribui para valorizar um recorte regional ainda pouco explorado pelo audiovisual nacional. As filmagens ocorreram entre Belém e Salinas, com uma equipe majoritariamente feminina e inteiramente paraense.

O elenco é composto por Helena Barros, Nanny Moraes, Bruno Carrera, Thulio Naab e Kalleu Ripardo, sob preparação de Cláudio Barros. Segundo a diretora, a construção dos personagens foi um dos momentos mais marcantes da produção. “Foi a primeira etapa a ser iniciada e nos deu a segurança de que a história seria contada como gostaríamos. O elenco se tornou tão entrosado que parecia mesmo uma família de verdade”, afirma.

Foto Amarilis Marisa – Cláudio Barros (preparador de elenco), Lúcia Tupiassú (diretora do filme) e os atores Bruno Carrera, Kalleu Ripardo, Nanny Moraes, Helena Barros e Thulio Naab.

Salinas é uma coprodução entre a Tupy e a Marahu Filmes, e recebeu nota máxima no edital da Lei Paulo Gustavo Pará, realizado pela Secretaria de Cultura do Estado do Pará e pelo Ministério da Cultura. O projeto também conquistou o terceiro lugar no Prêmio Cardume Cabíria 2023, recebendo consultorias especializadas em roteiro e direção.

Atualmente, o filme está em fase de pós-produção e ainda não tem data definida para a pré-estreia. A equipe prevê o lançamento em mostras e festivais.

Lúcia Tupiassú é roteirista e diretora de mais de quinze obras lançadas. Com mais de dez anos de atuação no audiovisual, é criadora e roteirista da dramédia “Vatapá ou maniçoba?” (TV Globo e TV Liberal, 2025), exibida na Tela Quente para mais de 16 milhões de pessoas. Também assina a série documental “Massacre na Escola – A tragédia das meninas de Realengo” (HBO, 2023), finalista do Prêmio Grande Otelo 2024.

Mestre em Comunicação e graduada em Publicidade, Lúcia tem formação em roteiro e documentário pela EICTV (Cuba), além de ter cursado o TV Writing Intensive Program da Columbia University. Em 2025, foi indicada ao Prêmio ABRAÇO de Excelência em Roteiro, concedido pela Associação Brasileira de Autores Roteiristas.

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