James Joyce. Reprodução/Internet

Bloomsday Belém convida à experiência de (re)ver a cidade com os olhos de James Joyce

Desde 2019, Belém integra o circuito mundial do Bloomsday — celebração dedicada à obra de James Joyce, autor de Ulisses, um dos romances mais influentes e instigantes da literatura do século XX.

Este ano, o evento será realizado nesta terça-feira, 10 de junho, às 19h, na Casa da Linguagem, com participação aberta ao público, e mais uma roda de leitura e conversa, desta vez com foco na cidade como espaço de memória, experiência e invenção.

A proposta parte de uma das imagens mais poderosas da obra: a cidade como extensão da mente. Dublin, no universo de Ulisses, é uma cidade reconstruída pela memória — uma geografia subjetiva criada por Leopold Bloom, personagem que atravessa o dia 16 de junho em 1904, fazendo um percurso tão físico quanto imaterial.

“Joyce dizia que, se Dublin fosse destruída, sua cidade poderia ser reconstituída a partir do romance”, relembra Andrea Sanjad, uma das organizadoras do Bloomsday Belém. Para ela, a força do evento está na leitura de um clássico e além disso, na possibilidade de criar pontes com os nossos próprios territórios.

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“A cidade do Bloom é intransponível, é dele. Mas é também uma cidade onde todos podem se reconhecer em alguma medida. Por isso, este ano resolvemos propor uma conversa sobre as cidades que cada um habita em si.”

O encontro reunirá integrantes do Núcleo de Estudos em Literatura e Artes Anglófonas, além de convidados das áreas da arquitetura, psicologia, psicanálise e urbanismo, reforçando o caráter transversal da obra de Joyce.

O público também está convidado a participar e não é uma condição ter lido o livro para acompanhar o debate. “Ler Ulisses não é fácil, requer companhia, leitura assistida. Mas mesmo quem nunca leu pode se beneficiar dessas conversas. É uma maneira de entrar em contato com a obra a partir de outras perspectivas”, explica Andrea.

Celebrado em diversas cidades do Brasil e do mundo, o Bloomsday reforça o valor dos encontros em torno da literatura, um movimento que em Belém vem crescendo e reunindo leitores curiosos, estudiosos e apaixonados por Joyce.

“Ler um livro é sempre a melhor forma de celebrar uma obra”, diz Andrea. “E é isso que fazemos a cada ano: voltamos à leitura, escolhemos um aspecto da obra e nos deixamos atravessar por ele. Este ano, será a cidade — esse espaço onde cada um pinta sua própria história.”

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Sobre James Joyce

Foi um dos mais influentes escritores do século XX, em 1882, em Dublin, Irlanda, falecendo em 1941. Sua obra revolucionou a literatura com o uso inovador do fluxo de consciência, linguagem experimental e estrutura narrativa complexa.

Autor de obras marcantes como Dublinenses, Retrato do Artista Quando Jovem, Ulisses e Finnegans Wake, Joyce transformou a vida cotidiana em material literário denso e simbólico. Sua escrita desafiadora e profunda segue provocando leitores e estudiosos ao redor do mundo.

Serviço

Bloomsday Belém 2025 – James Joyce e a Cidade. Nesta terça-feira, 10 de junho, às 19h – Na Casa da Linguagem – Av. Nazaré, 31 – Nazaré, Belém – PA. Aberto ao público. Gratuito.

Colaborou: Gabriela Moura

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