Casarão de 1870, que abriga o espaço desde 1991 (Foto: Agência Pará)

Artistas e educadores se mobilizam em defesa da Casa da Linguagem

Artistas, educadores, estudantes e representantes da cena cultural de Belém se reúnem nesta sexta-feira, 11 de abril, a partir das 17h, em frente ao Casarão 31 da Avenida Nazaré, para um ato em defesa da Casa da Linguagem.

O espaço histórico e símbolo da formação cultural de milhares de jovens paraenses desde 1991, está sob ameaça. De acordo com o movimento cultural há uma manobra articulada entre a Prefeitura de Belém e o Governo do Estado para transferir a gestão do prédio à recém-criada Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SEMCULT).

Fontes ligadas ao movimento, disseram ao blog que o processo de cessão do prédio — um casarão de 1870 localizado na Avenida Nazaré — já foi iniciado no PAE (Sistema de Patrimônio do Estado), com aval da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), proprietária do imóvel.

A denúncia também aponta que servidores da SEPLAD (Secretaria de Planejamento e Administração) já estiveram na Casa da Linguagem e que o pedido de cessão foi formalizado com a anuência do Presidente da FCP, Thiago Miranda. Entrei em contato com a assessoria de imprensa da fundação, solicitando um posicionamento do presidente, mas até o momento não houve retorno.

Foto: Agência Pará

A Casa da Linguagem é reconhecida por promover a palavra em todas as suas formas — da literatura ao cinema, leitura à oralidade, escrita, teatro e artes visuais.Com biblioteca pública, cineclube, galeria de arte, oficinas e cursos gratuitos voltados especialmente a estudantes de escolas públicas e comunidades periféricas.

A primeira direção da Casa foi conduzida pelo poeta Max Martins, com consultoria da escritora e pesquisadora Maria Lúcia Medeiros, ambos já falecidos, mas que deixaram um legado profundo e conectado ao espírito do local. Atualmente, o movimento se mobiliza redes sociais e articula ações para impedir que o espaço seja desvirtuado de sua função original.

Cultura e turismo andam mesmo de mãos dadas?

A unificação das pastas de Cultura e Turismo na recém-criada SEMCULT pode, à primeira vista, parecer uma medida coerente, especialmente considerando o potencial do turismo cultural como vetor de desenvolvimento. No entanto, essa junção exige mais do que a simples fusão administrativa.

Demanda visão estratégica, compromisso com políticas públicas consistentes e respeito à diversidade das expressões culturais da cidade. Cultura não se resume a eventos pontuais, festas de calendário ou ao Carnaval.

Ela precisa ser compreendida como um direito e um campo de formação, criação e reflexão contínuas, mas esta secretaria já nasce desmantelando um espaço como a Casa da Linguagem — um dos mais relevantes na formação cultural de jovens em Belém — o que se pode esperar de sua gestão não é exatamente animador.

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