Vai ser mais um daqueles passeios deliciosos, conhecendo a história da cidade, seus aspectos culturais e arquitetônicos sem firulas e tudo numa tacada só. É o que oferece o Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo (GGEOTUR) da Faculdade de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPA, que realiza neste sábado, 22, o Roteiro Geo-Turístico da Belle Époque em Belém do Pará.
Gratuita, a atividade celebra os 147 anos do Theatro da Paz, um dos mais importantes patrimônios históricos do Brasil. A saída será às 8h30, da Praça das Sereias, em frente ao Cine Olympia.
O passeio leva o público aos principais marcos urbanos da cidade, relembrando o período de prosperidade econômica e efervescência cultural que marcou Belém entre o final do século XIX e o início do século XX. Vamos passar pelo Cinema Olympia, inaugurado em 1912, refletindo a sofisticação e a influência europeia que moldaram Belém naquele período. Atualmente, o espaço passa por obras de requalificação.
Na Praça das Sereias, além da presença das esculturas mitológicas em ferro fundido importadas da França, destaca-se a sua frente, o edifício do Instituto Educacional do Pará (IEP), um dos mais antigos estabelecimentos de ensino da cidade, e na sua diagonal, imponente Edifício Manoel Pinto, um testemunho da verticalização da cidade no século XX.
Percorrendo o quadrilátero da Belle Époque

O percurso entra pela Avenida Nazaré, passando pelo Palacete Faciola, construído pelo magnata da borracha Domingos Faciola e, depois de longos anos sob tapumes, foi reinaugurado em 2022, com minucioso restauro. A grandiosidade do edifício é um retrato da opulência dos barões da borracha e suas mansões adornadas com materiais luxuosos importados da Europa.
Dobrando da Avenida Nazaré para a Dr. Moraes, chegaremos à Avenida Gov. José Malcher, onde estará o Palacete Bolonha, hoje o Museu Casa Francisco Bolonha.
O palacete, conhecido por sua arquitetura eclética e detalhada, carrega uma curiosidade arquitetônica: suas paredes foram construídas com tijolos maciços franceses, o que contribui para a manutenção da temperatura interna sempre agradável, um luxo inovador para a época.
Na Praça da República, além dos coretos que remetem às tradicionais apresentações musicais da Belle Époque, destaca-se a imponência do Theatro da Paz, inspirado no Teatro Scalla de Milão. O roteiro ainda contempla o histórico Bar do Parque, que já foi um ponto de encontro da boemia intelectual e artística da cidade.
Em suas mesas, grandes nomes da literatura e das artes paraenses debateram ideias e projetos que ajudaram a consolidar a identidade cultural da região. Hoje, o espaço tem apelo mais turístico do que de uso da população mais descolada.

Seguindo pela Avenida Presidente Vargas, os participantes caminharão sob o emblemático corredor de mangueiras, símbolo de Belém desde que as árvores foram plantadas na década de 1890, como uma solução para amenizar o calor intenso da cidade. Pena que os túneis não se espalham por toda a metrópole da Amazônia, hoje tão pouco arborizada.
Na mesma via, o trajeto levará ao Prédio do Instituto de Ciências da Arte (ICA) da UFPA, que já abrigou o Núcleo de Arte e, antes disso, foi o SAM – Serviço de Música da Universidade Federal do Pará.
Ao lado, o Teatro Waldemar Henrique, que leva o nome do célebre compositor paraense e um dos mais importantes espaços de difusão das artes cênicas na cidade. Este ano, completará 46 anos, em setembro.
Projeto apresenta a cidade para turistas e moradores

O Projeto Roteiros Geo-Turísticos tem como objetivo promover a valorização da memória sócio-espacial e patrimonial de Belém, aliando geografia, arquitetura, história e cultura. Criado em 2011, o projeto já recebeu reconhecimento nacional, sendo um dos vencedores do 29º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo IPHAN.
Com onze roteiros temáticos já consolidados, o projeto busca despertar o interesse pelo patrimônio da cidade por meio de caminhadas educativas e acessíveis, levando conhecimento e reflexão sobre as transformações urbanas e a história dos espaços públicos.
Além do centro histórico de Belém, os roteiros também acontecem em outras localidades, como Mosqueiro, Icoaraci e até mesmo em cidades do interior do Pará. Há, algumas recomendações: sar roupas leves, tênis confortáveis, boné e protetor solar; levar garrafa de água. Em caso de chuva, não desista, leve guarda-chuva ou capa de chuva.
O percurso é realizado inteiramente a pé e não inclui visitas internas aos edifícios. Inscreva-se: As inscrições podem ser feitas pelo link: https://forms.gle/zUj79KJpbQcXRYFc7. Mais informações pelo e-mail: mariagg29@gmail.com.
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